Recriar: Sampler e o Acesso às Tecnologias

A música eletrônica faz parte da programação das rádios, trilhas sonoras de filmes e dos nossos MP3 players assim como outros gêneros musicais que dependem de uma banda para serem executadas. Se bem que a programação eletrônica já invadiu os meios de produção musical há muito tempo. Porém, a utilização de sampler para compor uma canção é mais comum em estilos como o rap e o funk carioca.

Mas, enfim, o que é o sampler? Ao pé da letra, significa amostra. Basicamente, o sampler é utilizado como trilha, com o objetivo de ser a base melódica onde será construída toda a estrutura de caixas, bumbos, contratempos e outros elementos melódicos que darão suporte rítmico para o rap. Ou seja, as letras compostas pelos rappers estão na superfície enquanto o sampler representa a estrutura mais profunda da mensagem. Um complementa o outro.

Para esclarecer o significado de sampler e de que maneira os produtores de gêneros musicais, como o eletrônico, o funk e o hip-hop, utilizam os computadores para fazer música, é que o Intercom Sudeste 2010 ofereceu, no último dia 14, o minicurso “Recriar: Sampler e o Acesso às Tecnologias”, ministrado pelo publicitário e videomaker Luiz Eduardo Neves e pelo integrante do grupo de rap In-Versão Brasileira DJ Jack (foto).

Devido a afinidade dos oficineiros com o hip-hop, o minicurso manteve o foco no rap. Nesse contexto, Luiz Eduardo abriu o curso apresentando a história desse movimento cultural que nasceu nos Estados Unidos e se espalhou pelo o mundo. Em seguida, exibiu o documentário No Olho da Rua, um breve panorama do hip-hop no Estado do Espírito Santo.

“Antes de partir para a prática, achamos importante situar os nossos alunos em relação a história do rap, suas influências e filosofia. O intuito disso é mostrar um caminho pro cara lá saber por onde começar a sua pesquisa, a sua produção musical”, explica Eduardo.

Após traçado um verdadeiro tratado sobre o hip-hop, DJ Jack seguiu o curso demonstrando alguns passos para se construir uma música a partir de tecnologias analógicas, como os toca-discos e o mixer, e tecnologias digitais, como os softwares de edição (Vegas e Sound Forge) e o computador propriamente dito.

O primeiro passo foi apresentar os equipamentos. O segundo foi extrair um trecho de uma música do LP A Tábua de Esmeralda (1974), de Jorge Ben. Com a captura de parte da canção “Cinco Minutos”, utilizando um toca-discos e o Sound Forge, Jack demonstrou o amplo campo de pesquisa que um DJ tem para encontrar samplers. “O produtor, hoje em dia, além dos LPs e CDs, tem toda a diversidade de sons que a Internet oferece através de downloads legais ou não”, diz Jack.

Para criar a base de um rap foi utilizado outro programa de computador que possibilita adicionar, numa linha de tempo, samplers, batidas eletrônicas e trilhas melódicas. Posteriormente, foram utilizados os mesmos elementos para montar bases de eletrônica e funk carioca.

Ao final do minicurso, todos puderam manusear o toca-disco (MK2) e fazer scratchs – efeitos sonoros que os DJs fazem com os LPs e que são tradição no rap.

Veja aqui mais fotos do minicurso.

0 Respostas to “Recriar: Sampler e o Acesso às Tecnologias”



  1. Deixe um comentário

Deixe um comentário